Há quase 38 anos que o Festival Internacional de Piano de La Roque d'Anthéron é uma presença excecional no panorama mundial do piano e da música.

Se os locais do Festival se diversificaram ao longo dos últimos anos, o Parc du Château de Florans continua a ser o local de eleição para estes encontros inclassificáveis que reúnem todo o tipo de criações: clássicas, contemporâneas... todo o tipo de estilos: jazz, eletrónica... e todo o tipo de artistas: jovens talentos e os maiores intérpretes internacionais.

As qualidades acústicas deste palco, ideal para recitais de piano, bem como para concertos e sinfonias, só aumentam o encanto deste jardim mítico e mágico, que carrega toda a história do Château de Florans.

A grande história...

É entre 1598 e 1667 que o "petit Château" e depois o "grand Château" são construídos sob o impulso da poderosa família de Forbin, em grande parte sob a direção de Annibal de Forbin Janson. Em 1653, a senhoria de La Roque torna-se marquesado. O castelo continua a ser propriedade dos Forbin até 1818, altura em que os edifícios e os terrenos são vendidos a Louis Raphaël de Cordoue, cuja filha se casa com o Marquês de Florans, de uma família originária do Comtat Venaissin. É, pois, no século XIX que o Château de Forbin se transforma em Château de Florans. O século XX marca uma viragem importante nos destinos do castelo.

Em 1937, a Marquesa Marie de Florans, a última do seu nome e única sobrevivente de uma época, legou a propriedade à Arquidiocese de Aix-en-Provence. Uma década mais tarde, em 1948, Paul Onoratini alugou e renovou o Château, que rapidamente transformou num centro médico e dietético. Tornou-se proprietário nove anos mais tarde, graças à sua gestão rigorosa e ao seu trabalho árduo. Com o passar do tempo, o Centro Médico Soleil et Repos tornou-se no que é atualmente a Clínica do Castelo de Florans.

Uma breve história...

Interessado na vida local, Paul Onoratini foi eleito presidente da câmara da comuna de La Roque em 1959. Em 1971, com a ajuda do seu filho Bernard, arquiteto de interiores e apaixonado pelo piano, lançou "Musique à Silvacane", um grupo de sete concertos por ano. Em breve, a DRAC (Diretion Régionale de l'Action Culturelle) põe Paul Onoratini em contacto com René Martin, cuja ambição era criar um festival de piano em Aix ou nos arredores. A descoberta do Parc de Florans por este último permitiu-lhe vislumbrar possibilidades extraordinárias. Paul Onoratini ficou entusiasmado com o projeto. O primeiro Festival realizou-se em 1981.

Bernard Onoratini, Paul Onoratini e René Martin:

No coração do parque, rodeado por trezentos e sessenta e cinco plátanos e sequoias centenárias, o descampado foi transformado pelo Festival numa terra de refúgio, onde as noites de verão são um must para todos os amantes da música.

Desde o primeiro Festival, em 1981, no palco único do Parc du Château de Florans, 9000 espectadores assistiram aos 12 concertos programados com intérpretes de prestígio como Youri Egorov, Vlado Perlemuter, Martha Argerich, Krystian Zimerman...

INA / INSTITUTO NACIONAL DO AUDIOVISUAL / INA.FR

A fim de oferecer aos artistas o melhor ambiente profissional e ao público a melhor acústica, o Festival efectuou grandes investimentos no seu segundo ano de funcionamento:

• 1982: criação de uma concha acústica
• 1983: instalação de estúdios de ensaio
• 1984: 1400 lugares em bancadas
• 1987: construção de uma segunda concha acústica para acolher orquestras filarmónicas
• 1990: Elevação da concha acústica para instrumentos de sopro
• 1999: aquisição de novas bancadas (1850 lugares)
• 2002: ampliação das bancadas (2300 lugares)
• 2007: construção de um novo búzio acústico (28 m de largura x 14 m de altura)
• 2010: investimento em novas bancadas, mais espaçosas e confortáveis (2020 lugares)
• 2016: criação de novos stands de lojas

Hoje

O Festival é a encarnação de uma evolução excecional, prosseguida com confiança mútua entre o diretor artístico René Martin e a família Onoratini.

Paul Onoratini faleceu em janeiro de 2010.

Em 2007, o seu filho Jean-Pierre Onoratini assumiu a presidência do Festival.

Em 2014, Michel Onoratini tornou-se, por sua vez, Presidente. Foi Vice-Presidente Adjunto durante a presidência do seu irmão. À medida que o Festival foi crescendo, os dois irmãos foram aceitando o desafio em conjunto.

No final de 2016, Jean-Pierre Onoratini assumiu a presidência, desta vez com a sua irmã Marie-Claude Alcaraz, que já estava envolvida no Conselho de Administração da associação há vários anos e que se tornou vice-presidente adjunta.

O âmbito dos projectos de René Martin está bem definido. Para além de ser diretor artístico do Festival de La Roque, do Festival de la Grange de Meslay e da Abbaye Royale de Fontevraud, está também na origem dos Moments Musicaux de l'Hermitage-Barrière em La Baule, bem como de La Folle Journée em Nantes, Tóquio, Bilbau, Rio, Varsóvia...

Graças à colaboração frutuosa entre esta Direção Artística e esta Presidência, o Festival Internacional de Piano de La Roque d'Anthéron soube crescer conservando o mesmo espírito: simplicidade no acolhimento dos artistas e dos ouvintes, qualidade dos concertos e das instalações, dedicação dos numerosos e fiéis voluntários que constituem a essência do evento. As 75.500 entradas da edição de 2018 testemunham o terreno excecional que percorremos e dão-nos razões para acreditar que esta maravilhosa aventura humana e artística continuará a florescer.